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sábado, 15 de setembro de 2012

Análise - 3ª Temporada de The Vampire Diaries




Só quem acompanhou fielmente as duas últimas temporadas sabe o quanto essa rasgação de seda é merecida. The Vampire Diaries se reinventou quando deixou para trás seus vícios adolescentes e seus diários, cujos dizeres cretinos costumavam abrir a primeira temporada, e investiu pesado nesse emaranhado de tramas incríveis que se mesclam de forma genial, fechando e abrindo plots de maneira a deixar cada fim e cada recomeço de tirar o fôlego.


Mas antes de entregar o grande ponto – e spoiler! – do episódio final, vamos retroceder ao comecinho da temporada, onde “The Birthday” (3x01) já começava a anunciar o que vinha por aí. É claro que os prenúncios aconteceram de maneira sutil, já que o que The Vampire Diaries tem nessa vida é o luxo de não ser uma série previsível. Como de costume, a temporada foi dividida em dois arcos, que no fim, geraram a trama final. No episódio um, onde aconteceu o aniversário de Elena, muita coisa tinha mudado em relação à temporada interior... E, revendo agora, muita coisa estava diferente em relação ao episódio que acabou de encerrar o terceiro ano da série. Nosso amigo Stefan tinha desligado suas boiolagens, quer dizer, emoções, e estava rodando a vampira no Tennessee com Klaus, enquanto Elena fazia cara de sofrida em Mystic Falls. Alaric ainda era aquele tutor com futum de boteco que dormia no sofá dos Gilbert e Damon, ainda pegava a jornalista da cidade – ora ou outra sendo incomodado pela presença e vigilância de Elena. Bonnie arrastou sua boca torta para umas merecidas férias enquanto seu namorado pirralho e problemático voltava a ser assombrado por suas ex-namoradas, o que me lembra vagamente um certo filme com Matthew McConaughey, não é verdade? Com Damon ocupado procurando o irmão estripador e cuidando de Elena, nossa diva Caroline Forbes ficou responsável pelo núcleo safadeza, virando garrafas e garrafas de álcool na maior classe e dando um fim naquela história descabida de melhor amiga de Tyler, mostrando à audiência como é que se pega um lobinho de jeito...


Através do primeiro episódio podemos ilustrar bem como foi a primeira parte da trama. Jeremy, para começar, viu tanto fantasma de namorada e encheu tanto o nosso saco que foi afastado para o seu – e para o nosso – bem, indo morar com Sabe Deus Quem lá em Sabe Deus Onde, distante de toda aquela história de vampiros. Quem não ficou feliz foi Bonnie, que já que não ia ter mais ninguém para encarar unas bitocas naquela boca torta, se jogou de vez na bruxaria. Caroline engatou romance oficial com Tyler, dando uma ou outra pausa para ser torturada por alguém – inclusive pelo próprio pai – e roubar a cena com todo seu talento natural para diva. Alaric foi promovido a tutor sóbrio e ganhou até um quarto no andar de cima... Quase foi condenado à figuração, não fosse pelo brilhantismo do roteiro, que o alçaria, num piscar de olhos, de irrelevante ao mais novo psicopata americano. No que diz respeito ao triangulo amoroso Stefan, Damon e Elena e as suas desventuras com Klaus a coisa ficou mais séria: Rebeca, a mimada Original, deu as caras; juntamente com toda a história da família. Logo todos os demais hermanos, carregados com todo o carinho do mundo em caixões, entrariam em cena, mas naquele momento, Klaus queria mesmo um exército de híbridos e descobriu que, para fazê-lo, precisava – surpresa! – do sangue de uma doppleganger, fazendo com que os irmãos Salvatore salvassem, mais uma vez, Elena.



Daí que Klaus transformou Tyler em um híbrido, Caroline ficou chateada e o lobinho deu um tempo da cidade. Stefan religou as emoções e voltou a ser o velho poeta deprimido de sempre, Elena ficou mais confusa que nunca em relação aos dois irmãos - tendo direito a uma bitoca e outra com Damon - e Damon parou de bancar o Stefan da série, voltando a ser, bom... O Damon de sempre. Os Originais estavam todos à solta depois de lidarem com seu papai, o Caçador Original, e tudo ia muito bem, até que entra o segundo arco para acabar com a moleza daquela gente: Ao abrirem o caixão secreto de Klaus a galera descobre nada mais nada menos que Mamãe Original, uma bruxa que depois de empalada por mais de mil anos, voltou com planos de uma vingança original das boas para acabar com a farra de seus fedelhos. O plano maquiavélico incluía uma dupla de bruxas – Bonnie e sua mãe –, uma doppleganger, um Suicida Original – também conhecido por Finn – e uma exclusão na lista de mães do ano, porque né... Tudo teria dado certo se os planos em Vampire Diaries não tivessem cerca de -50% de chance de funcionarem. Para completar a desgraça pessoal dos habitantes de Mystic Falls, uma onda de assassinatos misteriosos começou a acontecer, e o responsável era quem? Nosso grande Alaric, que depois de morrer e voltar tantas vezes, acabou sendo dominado por um lado muito Evil.



Todas essas histórias se juntaram para dar um desfecho espetacular à terceira temporada, que incluiu Mamãe Original fazendo de Alaric o caçador original mais original de todos, cuja estaca é a única arma capaz de matar Klaus, Rebekah, Kol e Elijah, que por serem os primeiros vampiros e gerarem todos os outros, tem consequentemente as vidas ligadas às de Damon, Stefan, Caroline e Tyler; logo, não podem ser mortos sem levar metade do elenco junto com eles. Se um Original morre, sua linhagem morre... Como aconteceu com o suicida Finn. E se as vidas dos Originais estão ligadas às do elenco principal da série, a vida de Alaric Megaevil foi intencionalmente ligada à vida Elena – já que Esther não da ponto sem nó – de modo que ele também não pode ser morto sem levar consigo a protagonista que todo mundo, desde o princípio, da a vida para salvar... Olha só a genialidade desse roteiro, minha gente, olha só a ousadia de tio Kevin e tia Julia... Olha como eles sambam lindamente na nossa cara...



A terceira temporada foi magnífica do começo ao fim, sem apresentar um único episódio que se diga“chato” ou “não aconteceu nada”. Os quarenta minutos são como presentes que trazem a medida certa de tensão, mistério, surpresa e a garantia de um entretenimento que na primeira temporada era um mito. No episódio final tivemos flashbacks de Elena - pela primeira vez foi motrado o passado de uma humana - no dia que culminou a morte de seus pais e quando ela não apenas conheceu Stefan – que a tirou da água– mas a Damon, que se apresentou todo galante, mas apagou sua memória. Então o que aconteceu foi o seguinte: Depois de tentar matar Elena para salvar sua própria pele, Klaus foi enfraquecido por Bonnie e tirado de cena – já que por ter a linhagem dos Salvatore, não podia ser morto. Vivo ele já era um alvo para Alaric. Vivo e imóvel, um alvo fácil, de modo que Bonnie entrou em cena de novo e o fez entrar no corpo de Tyler. Sem saber, quase choramos pela morte Klaus, o vilão mais carismático de todos os tempos, e nos desesperamos mais ainda quando soubemos que, para todos os efeitos, quem morreu mesmo foi Tyler, que estava prestes a fugir e ser feliz para sempre com Caroline. Rebeca não ficou nada contente com a pseudo-morte do irmão e foi descontar tudinho em Elena, causando o acidente dela com Matt na mesma ponte – e do mesmo jeito – como seus pais morreram naquele flashback interessantíssimo. Em vez de salvar Elena, contudo, o bosta Stefan, determinado em sempre fazer a vontade da amada, faz o que Elena pede e salva Matt, de modo que nossa protagonista morre afogada.


Mas morre, mesmo? É aí que entra a ousadia desse roteiro para o qual muita gente já destinou críticas preconceituosas por conta de uma mera modinha que, aqui, não se aplica. “The Vampire Diaries” não é uma versão televisiva de Crepúsculo e não é só mais uma série teen da Warner. Então para você que já perdeu as esperanças de Sookie Stackhouse ser mordida por aquela vampirada de Bom Temps, você que viu Bella Swan virar vampira só no último minuto de filme, você que também não viu Buffy ser mordida e se cansou de todas essas mocinhas humanas que entram no mundo caótico dos vampiros e saem ilesas... Seus problemas acabaram-se, como já dizia Seu Creyson! A terceira temporada pareceu um Series Finale por várias razões, entre elas, a decisão da mocinha em encerrar o triangulo amoroso e escolher um dos irmãos; e a mocinha deixando de ser a humana que conhecemos durante três temporadas e virando vampira. Porque quando Stefan deixou sua amada se afogar, optando ser gay e, quem sabe, ficar com Matt em sua eternidade deprimida, ele não contava com a Doutora Fell, que para curar Elena, menos de 24hrs antes, usou sangue de vampiro na moça. Assim, o vilão Alaric Original bate as botas em uma briga com Damon, que percebe o motivo que fez o cara morrer e, diferente de Stefan, fica louco da vida com a ideia de perder Elena, mesmo que ela tenha o preterido em função de Stefan. Por essas e outras, The Vampire Diaries como a gente conhecia acabou aqui e a quarta temporada, já certa, irá trazer uma série de coisas novas, que a gente nem imagina.



A transformação da protagonista traz de volta as memórias apagadas por vampiros, de modo que duas delas podem mudar a decisão de Elena quando a Damon, e trazer de volta o triangulo amoroso ao centro da série: A noite em que eles dois se conheceram, antes de Stefan aparecer; e a noite em que Damon se declarou para ela, lá na segunda temporada. Bonnie parou de ser o pau mandado de vampiros e sua boca torta promete berrar muito feitiço maligno daqui pra frente, já que até mãe a bruxa já perdeu para essa negada. Klaus está no corpo de Tyler e agora tem, finalmente, sua chance com Caroline, mas e ela? Não vai perceber que há, na verdade, um lobão no corpo de seu lobinho? Stefan e Matt vão dar certo como o primeiro casal homossexual de The Vampire Diaries? E Katherine? Com uma cópia sua caminhando por aí pela eternidade, a vampira vai voltar a dar as caras? Jeremy vai continuar brincando de O Sexto Sentido, mas, dessa vez, com Alaric? Essas respostas e muitas outras nós teremos só no ano que vem, na deliciosa quarta temporada de The Vampire Diaries. Até lá só nos resta, desde já, bolar teorias e morrer de saudades.

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