Na terceira parte da première, alguns bons candidatos e uma reclamação.
No terceiro
dia de audições, finalmente consegui reconhecer o "bom e velho" The Voice. O desempenho
dos candidatos no iTunes está melhorando (no momento em que escrevo Nicole
Nelson está em #63, o peak dessa edição
até o momento), o nível dos candidatos também, mas a notícia do dia não poderia
ser outra: contrariando as expectativas, na disputa com a estreia da 2ª
temporada do X-Factor, The Voice venceu, e com folga. Enquanto iam ao ar no
mesmo horário, entre 20:00 e 21:00 horas, nosso reality favorito marcou ratings de 3.3, com
10,7 milhões de espectadores, enquanto o programa de Simon Cowell fez 2.7 e 7,5
milhões. O X-Factor só passou a ser o programa mais assistido a partir das 21:00 horas, depois do término
do The Voice. Nem nos meus sonhos mais doidos eu apostaria nisso. Tive uma
grata surpresa ao saber desses números.
E olha que o começo
não foi muito animador, com um candidato com um visual um pouco desleixado e o tio dele o chamando de “loser”. Mas foi só a primeira impressão. Samuel Mouton cantou
apenas o primeiro verso de “Redemption song”, do Bob Marley, e Adam já apertou
o botão, seguido por Cee Lo e Christina. Apesar de serem de segmentos
completamente diferentes, o timbre dele me lembrou o do Max
Milner, da versão britânica do The Voice (que aliás foi o meu participante
preferido daquela edição). Não me recordo de candidatos que cantam reggae
que tenham ido muito longe, mas acho que Samuel pode ser um deles, pois, mesmo depois da “cantada” da Christina, escolheu
Adam como seu mentor (e o coach parece estar
querendo formar um time bem diversificado nessa temporada).
O
segundo artista aprovado foi Nelly’s Echo, nigeriano, e o visual já lembrava
muito o Javier Colon, vencedor da primeira temporada. Para completar, ele
cantou “Ain’t no Sunshine” tocando violão, e a sombra do Javier continuava
pairando sobre ele. Christina foi a primeira a virar e logo depois Adam. O cantor
conseguiu executar notas longas com extrema competência, apesar de não ter uma
voz diferente. Fez uma boa opção em ir para time da Christina, pois até agora Nelly’s
é o seu melhor candidato (dificilmente ele escolheria Adam porque o argumento “quero
ir ao seu show agora” não é fácil de derrubar). O que espero é que já na battle ele consiga se desvencilhar da lembrança do Javier.
E então
conhecemos a primeira dupla da temporada, 2 steel grils, formada por mãe e
filha, algo inédito no programa. Cantaram “Before he cheats”, da Carrie
Underwood, e tudo o que eu posso dizer é que adorei! A mãe tem uma voz forte, a
filha mostrou que alcança notas altas e essa combinação fez com que a harmonia da dupla fosse ótima,
além das duas serem lindas e desenvoltas. Tiveram uma boa interação no palco,
na hora das perguntas dos coaches até respondiam juntas, mas só conquistaram
Cee Lo e obviamente Blake. Christina fez cara de quem estava impressionada (mas ela deve ter ficado traumatizada com o The Line na temporada passada), já Adam foi
honesto e disse não saber lidar com duos. A dupla escolheu se juntar ao team
Blake, o que me deixou preocupada, já que em três episódios, elas são o terceiro artista country dele. Espero sinceramente que cheguem aos live shows.
Depois
desse lindo momento familiar, eu tive a minha primeira decepção com o The Voice
nessa temporada: novamente alguns artistas tiveram suas blind auditions exibidas
incompletas, o que eu acho uma grande falta de respeito com os candidatos. Primeiro
que a produção do programa não parece ter um critério para escolher quem serão os injustiçados, além disso eu me pergunto: como é que o público vai se apegar a eles ouvindo-os cantar apenas uma
ou duas frases? Eu estava esperando que a experiência com a Ashley de La Rosa
na segunda temporada tivesse servido para alguma coisa e que essa história de audições
cortadas fosse coisa do passado, mas estava enganada. Nem no canal do
programa no Youtube podemos assistir as blind auditions completas. Desrespeito total.
As prejudicadas
da vez foram Lisa Scinta, MarissaAnn e Loren Allred; as duas primeiras se
juntaram ao team Christina e a última ao team Adam. Seremos obrigados a esperar
até as battles para ver mais delas.
A penúltima
aprovada da noite foi a cantora performática Domo, que já chegou causando e dizendo “Na China eu sou como a Lady Gaga” (sei!). A atitude dela, sem um
pingo de humildade, já me fez ter uma repulsa imediata. Mas a audição cantando “Don’t
Cha” foi interessante; passa longe do que eu escuto, esse, vamos dizer assim, “pop
fabricado”. Ok, cantou, dançou, se “esfregou” no Cee Lo depois que ele apertou
o botão, mas não mostrou um diferencial. A interação
com a plateia, fazendo-os dizer a segunda parte do seu nome, foi o maior
momento de vergonha alheia da temporada até agora. Me pareceu que Cee Lo se arrependeu
um pouco, porque viu que vai ter trabalho para “domá-la” (com o perdão do trocadilho). Vamos ver se vai mais
longe que a Erin Martin, que era tão performática e geniosa quanto.
No
pimp spot tivemos Nicole Nelson, com uma personalidade oposta a de Domo. Calma,
controlada, vinda de uma comunidade hippie, cantou o clássico de realities
musicais “Hallelujah” e conseguiu que todos os coaches virassem, sendo Adam o
primeiro. Quando cantou as notas altas suas qualidades ficaram ainda mais
evidentes. Não desafinou, controlou a respiração e colocou a plateia para
aplaudi-la de pé. Sinto dizer que dificilmente torço para “powerhouse singers”,
então apesar de saber que Nicole é excepcional no que se propõe, não conquistou
minha torcida. Depois de muita indecisão preferiu ir para o team Adam porque
ele foi o primeiro a virar, e eu estou curiosa para saber se ele vai descartá-la como
fez com Kim, a cantora de voz potente que ele treinou na temporada passada.
Terminamos
assim a primeira semana de audições e eu fiquei com a nítida impressão que o nível
dessa temporada está mais baixo que o da anterior. Lembro que na primeira semana
eu já tinha vários preferidos, mas inevitavelmente muitos deles foram eliminados nas batalhas, então estou achando até positivo não ter me
apegado a muitos candidatos, considerando que somente 20 dos 64 chegarão ao live shows. Por enquanto só estou torcendo MESMO pelo Bryan, 2 steel grils, Mackenzie e Lisa (porque encontrei alguns covers dela no Youtube e achei uma injustiça ainda maior terem cortado a audição).
Só para recordar (e tentar em vão guardar os nomes de todos), os times
até agora são os seguintes:
Team Adam: Bryan Keith, Joe Kirkland, Samuel Mouton,
Loren Allred e Nicole Nelson.
Team Blake: Terry McDermott, Garcia Harrison, Casey Muesiggman,
Julio Cesar Castillo e 2 steel girls.
Team
Cee Lo: Daniel Rosa, Trevin Hunte, Mackenzie Bourg e Domo.
Team
Christina: De’borah, Devyn Deloera, Adriana Louise, Aquile, Nelly’s Echo, Lisa
Scinta e MarissaAnn.
Semana
que vem estarei de volta. Até lá.