Apenas 4 meses depois da última final, a nova temporada começa morna.
Após uma pausa de 4 meses, o reality show musical com o formato mais inovador está de volta (e eu já expliquei aqui as razões de considerá-lo assim e como e porque me tornei fã do programa).
Com
algumas mudanças importantes programadas para a fase das battles, as blind auditions
continuam com o formato tradicional, porém nessa temporada cada mentor terá
nada menos que 16 candidatos em seu time, o que forçou os produtores a encaixar
mais um dia de The Voice por semana na programação da NBC. Assim, teremos com o
que nos divertir todas as noites de segunda e terça, com exceção dessa semana
de estreia, em que o programa irá ao ar também na quarta, certamente com a
intenção de atrapalhar a estreia do X-Factor e deixar Simon Cowell “chatiado”.
E o
programa começou em grande estilo com a já de praxe e sempre ótima apresentação
dos coaches cantando “Start me up”,
dos Rolling Stones. Naturalmente o que mais chamou a atenção não foi toda a
superprodução, com elevadores no palco, papel picado, máquina de fumaça e toda
aquela parafernália com a qual estamos acostumados, com toda a plateia interagindo,
gritando e com lanternas nas mãos, mas sim a dinâmica entre Adam e Christina,
que contou com uma intensa troca de olhares, rosto colado e com os dois
dividindo o mesmo microfone. Parece que todos aqueles desentendimentos da 2ª
temporada estão no passado. Os dois nunca estiveram tão amigos, a julgar por
esse comportamento.
Mas antes
de ir ao que realmente interessa, quero deixar algumas coisas claras: primeiro,
eu não tenho nenhum tipo de educação musical e entendo muito pouco sobre os
termos técnicos usados quando se julga um cantor, então meus comentários aqui serão
a partir do que senti ao ouvi-los cantar, com uma visão completamente leiga.
Segundo, a princípio a ordem dos vídeos será a mesma das apresentações, porque acho
que fica mais organizado em relação ao episódio e também fica mais fácil de
lembrar as performances de todos (caso achem que devo mudar a organização, por
exemplo, colocar primeiro os que mais gostei, mencionem nos comentários, por
favor), além disso só comentarei aqueles que efetivamente passaram pelo crivo
dos coaches, ou então as postagens ficariam ainda mais gigantescas.
Dito
isso passemos ao primeiro act do
programa, Terry McDermott, um pai de família de 35 anos, escocês, que aliás tem
um filhinho super fofo. Com um visual dos roqueiros clássicos, cantou “Baba O’Riley”,
do The Who, me fazendo lembrar vagamente da battle da finalista do team
Christina da 1ª temporada, Beverly. Com menos energia que ela, mas com uma voz
limpa e grande alcance vocal, Terry conquistou Cee Lo, Adam e Blake quase no
final da sua apresentação. Não desafinou em nenhum momento, foi bem controlado,
mas sua voz típica de roqueiro não me conquistou. De qualquer forma, ele não deve
ter assistido as duas primeiras temporadas do programa, ou não se lembra do que
Blake fez com os cantores desse estilo que já treinou, Jared e Jordis. Os eliminou
sem piedade, e fez até a pobre Jordis apresentar uma música country. Estou na expectativa para ver o
que Blake fará dessa vez.
A segunda a tentar a sorte foi a filha de
pastores De’borah. Com um visual todo alternativo, a cantora de música gospel
se apresentou com “Hey, soul sister”, do Train, e conseguiu que Christina e Cee
Lo virassem suas cadeiras. Apesar da boa presença de palco, exalando confiança,
De’borah também não me convenceu. Cantora de igreja como ela eu acho que há pelo
menos uma em cada igreja dos EUA. Não vi nenhum diferencial. Fez uma escolha previsível,
foi para o team Christina, dizendo
confiar na “The voice within” da cantora.
A próxima
foi Garcia Harrison, cantora do que os mentores chamaram de “country genuíno”. Segundo ela, poderia
cantar outras músicas de outros gêneros, mas resolveu arriscar em algo
inusitado. E funcionou. Cantando
“I Want to Be a Cowboy’s Sweetheart”, conquistou
Adam e Blake logo no começo e Cee Lo com mais alguns versos. Cantou uma
música difícil, não se perdeu na respiração e teve fôlego para ir até o final. Adam
ficou tão animado que aplaudiu de pé e começou um discurso antes que Blake
pudesse falar alguma coisa, sobre ela escolhê-lo porque “isso não faria nenhum
sentido”. Claramente Adam já teve argumentos melhores. Blake fez um elogio
dizendo que muitos artistas do country que estão no rádio hoje não cantam tanto
quanto ela canta e a conquistou para o seu time (que surpresa!!). A figura dela
me lembra um pouco a Carrie Underwood, pelas duas serem loiras, jovens e
bonitas, mas Garcia, apesar de ter uma voz comum, tem potencial para me
surpreender, se não ficar presa ao gênero que apresentou na audição (percebi
que ela é boa no que se propõe quando tentei cantar um “yololei” e saiu
parecendo um grunhido).
A
quarta aprovada da semana, Devyn Deloera, ganhou todos pela coragem. Cantou “Ain’t
no other man”, uma das músicas da Christina mais difíceis de se cantar ao vivo,
quanto mais na presença da própria. Audaciosa demais, não se intimidou, tentou alcançar
as notas que Christina alcança e fazer os “rosnados” que ela faz, mas não teve
sucesso em todas as vezes. Mostrou que tinha dificuldades na respiração, mas conseguiu
segurar uma nota longa, que fez com que Christina apertasse o botão e momentos depois
Blake e Cee Lo. Fez a escolha óbvia, foi de Christina, que, espero, a ajude
a melhorar, como ajudou a Ashley na temporada passada, pois potência vocal
Devyn provou que tem.
Seguindo
adiante, tivemos a apresentação do primeiro a ter a aprovação dos 4 coaches nessa temporada, Bryan Keith. Filho
do cantor de música latina ganhador de dois Grammys Ray de la Paz, disse que não
quis depender do pai para começar a carreira. Cantou “It will rain”, do Bruno
Mars, uma opção não muito ousada. Mas ao cantar as cadeiras começaram a virar
quase instantaneamente, terminando sua audição com a plateia em pé e gritando
muito. Bryan realmente tem uma voz exótica, rouca, como Christina e Blake
disseram, com uma “assinatura”. Não desafinou e foi constante e sólido na sua apresentação.
Eu diria que ele foi ótimo porque adoro vozes roucas, e por enquanto é o meu
favorito. Escolheu o Adam para ser o seu mentor, depois de uma disputa
interessante entre os coaches, porque
Adam foi, como sempre, extremamente convincente. É cedo para dizer, mas tem
chances de ser o preferido do Adam que ele vai carregar até a final, caso o técnico
use a mesma estratégia das temporadas anteriores.
O próximo
aprovado tinha uma missão complicada. Daniel Rosa precisava convencer os coaches a virarem depois de ter sido
reprovado na season 2. Naquela ocasião,
tinha perguntado no que podia melhorar, e todos foram unânimes em dizer que ele
tinha problemas de afinação, que, ao que parece, foram corrigidos. Escolheu “Somebody
that I used to know”, do Gotye, uma das músicas mais executadas nos programas
de calouros ultimamente. Fez uma versão interessante da canção, assim com a
Lindsey tinha feito na temporada anterior, mas, no quesito diferencial, não tem
tantas qualidades quanto ela. A voz é comum, talvez só mesmo a criatividade em
mudar o arranjo da música tenha convencido Blake e Cee Lo, mas de fato ele foi
infinitas vezes melhor que na 2ª temporada (afinal eu nem lembrava da passagem
dele pelo programa). Embora tímido no palco, disse que se sentia muito mais confiante
agora. Até chorou, mas a mim não convenceu. Ao escolher Cee Lo, digo que o coach terá trabalho se quiser levá-lo
para os live shows.
O penúltimo
aprovado foi Joe Kirkland, já conhecido por alguns por ter sido integrante de
uma boy band (não pesquisei porque não
curto boy bands, mas fica o registro
para quem se interessar). Uma coisa é certa, essa experiência dele o ajudou
bastante, pois foi o que mais interagiu com a plateia, contagiando até mesmo os
coaches, inclusive a música escolhida
foi seu diferencial (“Gives you hell”, do All-American Rejects). Adam e Blake
viraram logo no começo, Adam disse que nunca teve alguém como ele no seu time,
enquanto Blake tentou ganhá-lo dizendo que os dois usavam coletes (!!!), um péssimo argumento. De fato não dá pra negar que o menino tem estilo e qualidade
vocal no que se propõe, mas essa vibe “boy
band” dele já fez com que eu o rejeitasse de cara, mais ou menos o que
senti com o Pip na temporada passada, com a diferença que o Pip tinha uma voz
peculiar. Joe escolheu o Adam mas, sinceramente, acho que não passa das
batalhas.
Por
fim, o pimp spot ficou para Trevin
Hunte. Com uma história inspiradora, vem de um bairro violento e de uma família
pobre que o apoiou mas, ao ouvir de uma professora que nunca chegaria a lugar
nenhum, resolveu provar que ela estava errada. E o fez com louvor. Cantou “Listen”, no tom original,
e convenceu Christina já no primeiro verso, seguida de Blake, que esperou uma
nota longa, e depois Cee Lo. Mesmo com a família fazendo muito barulho, pude
perceber a potência vocal e facilidade em cantar uma canção tão difícil quanto
essa (apesar de lá no fundo eu estar pensando na Sarah de Bono, que com essa
música fez uma das melhores apresentações dos live shows do The Voice AU). Trevin já sai na frente porque tem o
perfil típico de ganhador, não é a toa que ele me lembrou tanto
o Jermaine e o Jaz do The Voice UK. Porém, se permanecer cantando tão “gritado”,
não terá minha torcida (lembrando que o rapaz fez até o boneco de cera Carson Daly
chorar, merece sem dúvida o meu respeito). Escolheu Cee Lo, que deve levá-lo
aos live shows.
E
assim encerramos o primeiro dia de blind
auditions, confesso que estava sentindo falta de acompanhar ao vivo o
programa (e depois o desempenho dos cantores no iTunes) e de todos os comentários
dos aficionados pelo The Voice. Achei o nível desse primeiro dia bem inferior em
relação à temporada passada, porém, é cedo pra dizer se temporada toda será morna assim.
Teremos
pela frente pelo menos 3 meses de reviews
semanais, espero que vocês me acompanhem nessa jornada e por favor deem
sugestões de como posso melhorar, já que essa é minha primeira experiência com
essa atividade e eu sei que tenho muito a aprimorar. O que posso garantir é que emoção
não vai faltar.
Amanhã
estarei de volta com a review do episódio 02. Até lá.