Na última fall season, Once upon a time era a série mais desacreditada entre todas as estreantes. Quase todo mundo achava que ela não passaria dos primeiros episódios, quanto mais da primeira temporada. Isso se devia a um motivo principal: uma premissa aparentemente infantil demais, na qual os contos de fadas se tornariam reais e seus personagens viveriam tanto nos seus mundos encantados como no nosso mundo desprovido de magia.
Mas a série surpreendeu a todos e entregou um
roteiro bem amarrado, com uma mitologia original e poucos episódios “filler” (nesse momento só consigo me
lembrar do 1X14, intitulado “Dreamy”, que mostrou a história do anão que mais
tarde se tornaria o Zangado por ter sido impedido de viver uma história de amor
com a fada Nova).
E enquanto muitos reclamavam que a relação David-Mary
Margareth e sua filha crescida Emma não saía do lugar, os vilões seguravam a
audiência com personagens literalmente multidimensionais, além de boas atuações.
Regina/Evil Queen e Mr. Gold/ Rumpelstiltskin fizeram com que muitas vezes nos
víssemos torcendo e nos identificando com eles, principalmente quando se
revelaram os motivos que os levaram a serem maus, enquanto no “mundo real” o único
que despertava nossas emoções era mesmo Henry, sempre disposto a uma aventura e
tentando avançar com a Operação Cobra.
Mais para a segunda parte da primeira
temporada, quando segredos como a dupla (tripla?) identidade de Ruby/Red foi
revelada, o Chapeleiro Maluco e August/Pinóquio entraram na história e
descobrimos que Belle afinal estava viva e em poder de Regina é que o interesse
pelos vários plots de Storybrooke
finalmente se desenvolveu, já que não tinha mais como separar personagens e
mundos. Estava tudo irremediavelmente interligado. Quando no final da temporada
Emma passa então a acreditar nas histórias contadas por Henry e ela se vê em
uma situação difícil de ter que salvar a cidade e a vida de seu filho, já
tínhamos nos esquecido do quanto a personagem principal, em volta do qual toda
essa ligação entre mundos gira, demorou a emplacar.
Mas só com a pausa de quase 4 meses e meio
deu pra perceber o quanto os “contos de fadas bobinhos” fizeram falta. A ansiedade
para saber como os habitantes de Storybrooke iriam reagir ao saber o que Regina
havia feito com eles era muita, sem falar em todas as possibilidades que se abriram
quando Mr. Gold trouxe a mágica para o “nosso” mundo.
E a première
não deixou a desejar. Já na abertura, antes de aparecerem os nomes dos atores
na tela, eu achei que tinha baixado a série errada, pois nunca tinha visto
aquele personagem e nem aquele lugar (deduzi que é Nova York pelos famosos
táxis amarelos). Ficamos até o fim de episódio sem ter novas informações sobre
ele, mas imagino que terá papel importante na série, já que recebeu um
bilhete escrito “Broken”, provavelmente enviado por Regina para avisá-lo que a maldição
tinha sido quebrada.
Fomos introduzidos então a mais um casal
real, príncipe Phillip e princesa Aurora (e eu tenho de dizer que fico
impressionada como a cada episódio o elenco só aumenta e com ele o nível de
beleza em tela), além da guerreira Mulan. Os três estão em Fairy Tale, onde os
efeitos especiais continuam deixando a desejar mas já mostram uma melhora
substancial em relação a primeira temporada.
E como se não bastasse a quantidade de vilões
com que nossos “mocinhos” têm que lidar, surge agora um fantasma chamado Qui
Shen, que suga as almas de suas vítimas. Ele enfrenta o príncipe Phillip e deixa
cair um medalhão com um símbolo desconhecido, que, quando encosta em alguém, o
deixa marcado para morrer. Foi o que aconteceu com o belo príncipe, não sem
antes ele querer bancar o herói deixando Aurora aos cuidados de Mulan e
fugindo, com o intuito de morrer sozinho e mantê-las a salvo.
Já em Storybrooke a história reinicia
exatamente onde tinha parado na season
finale em maio passado: Mary Margareth e David aparecem envoltos pela névoa
roxa, tentando entender o que está acontecendo. Os reencontros são emocionantes:
Ruby/Red e a Vovó, além de Snow e os anões, mas nada se compara à carga
dramática da reunião da nossa querida família quando Emma surge (usando
obviamente a nossa velha conhecida jaqueta vermelha. Parece que em Storbrooke ninguém
pensou em abrir uma loja de roupas): Snow e Charming ficam super emocionados
enquanto Emma parece cética e indiferente e corresponde timidamente ao abraço
deles. Para completar, Henry também aparece (e é muito estranho ouvi-lo chamar
David de vô! Eu definitivamente ainda não estava preparada para isso).
Com todos os habitantes da cidade querendo a cabeça
de Regina (liderados pelo Dr. Whale), a cena do reencontro é interrompida e o
entendimento das relações familiares é adiado por um tempo, para alívio de
Emma. Depois descobrimos que ela não consegue aceitar o fato de ter sido
abandonada por seus pais, mesmo que eles justifiquem essa atitude como tendo
sido necessária para livrá-la da maldição. Em partes eu até compreendo o comportamento dela.
Regina por sua vez atende aos moradores com o
sorriso falso que só Lana Parilla poderia dar, e o que não dizer da sua cara de
surpresa ao saber que não tinha mais seus poderes (informação que a promo do
episódio infelizmente já tinha entregado. Eu também teria sido pega de surpresa
se não tivesse assistido. Tarde demais). A “família de justiceiros” salva
Regina das mãos do doutor e da sede de vingança dos moradores, porém ela acaba
sendo presa e neste momento a Evil Queen nos dá uma informação inesperada: não há
mais como voltar para Fairy Tale Land porque o lugar já não existe mais. Notícia
nada animadora.
Enquanto isso Mr. Gold está procurando se reconciliar
com Belle (que agora é personagem recorrente na série, podem perceber que o
nome dela aparece logo no começo dos créditos iniciais) e, ao prometer não matar
Regina mesmo ela tendo raptado sua amada e a mantido presa pelos 28 anos
enquanto durou a maldição, o tão esperado beijo entre os dois acontece. Mas a reconciliação
não dura muito porque Belle percebe que Rumple não tinha mudado e que a maldade
continua lá. Inclusive descobrimos que Rumple tem um medalhão igual (ou seria o
mesmo?) ao usado pelo fantasma, que ele obriga Regina a segurar quando vai visitá-la
na prisão, marcando assim a Rainha para morrer. Ele usa o nosso velho conhecido
punhal escrito Rumpelstiltskin para golpear o medalhão e trazer Qui Shen para
Storybrooke (Rumple não dá ponto sem nó!)
Quando Snow, David e Emma questionam Gold
sobre a névoa roxa e a razão de trazer mágica à cidade, como não amar aquele
jeito debochado, rindo da cara de Emma e dizendo com a maior cara de pau que
ela ainda lhe deve um favor por ter reunido a família novamente?
Ao voltar para a delegacia e salvar Regina
pela segunda vez no mesmo dia, dessa vez impedindo que o fantasma sugue sua
alma, Emma e Mary Margareth demonstram que a fibra e a coragem da primeira
temporada continuam lá, enquanto David mais uma vez quer ir pelo caminho mais
fácil e mostra sua covardia ao cogitar deixar Regina morrer. Como Emma havia
prometido ao filho que não permitiria que matassem a Rainha, ela escapa ilesa.
Novamente Emma e Regina tem que trabalhar
juntas, como já tinha acontecido naquele episódio em que Henry adoece, só que agora
pelo bem da própria Regina, pois elas precisam se livrar do fantasma. A Rainha
tem a ideia de mandá-lo para Fairy Tale, usando para isso o chapéu de
Jefferson, que, se vocês bem se lembram, abre um portal para outros mundos. Inclusive
o chapéu só funciona quando Emma ajuda Regina, mandando Qui Shen de volta para
lá, não sem antes lutar contra David, mostrando uma interessante alternância de
cenas do príncipe Charming e do príncipe Phillip lutando contra o fantasma, que
fantasma agarra o pé de Emma obrigando-a a atravessar o portal também. Snow
segue sua filha, deixando David atordoado e com medo de perdê-las mais uma vez.
Regina inicia então um ataque contra David,
tencionando matá-lo, porém ele é salvo pela chegada de Henry e Red. A Evil Queen mostra
que seu comportamento maligno continua intacto, pois mesmo a família tendo a
salvado duas vezes, ela tenta matar David. A Rainha só demostra um amor que
parece (eu disse parece!) legítimo por Henry, mas este a corresponde cada vez
menos. Quem o condenaria, com uma mãe dessas? A Henry só resta construir então uma
relação com seu avô (!!!), e os dois tem muita química em cena.
Já nos encaminhando para o final da première, Belle volta para Rumple, e, ao
encontrar a xícara quebrada que ele guarda há muito tempo, parece que ela
vislumbra que um dia ele poderá ser bom, mesmo ele admitindo ser um monstro
(pelo menos o homem é honesto né?). Coisas do coração. Talvez Belle consiga
mesmo ajudá-lo a sair das trevas. Veremos.
Na cena final voltamos a Fairy Tale Land e
Mulan revela mais uma informação interessantíssima e que abre várias
possibilidades: existe um lugar no mundo dos contos de fada que não foi afetado
pela maldição da Evil Queen, onde eles permaneceram os 28 anos congelados (isso
tá ficando bom!). Agora que Phillip está morto elas devem achar o “paraíso”, que
é o único local seguro. Mas antes de sair elas encontram Snow e Emma entre os
escombros que vieram diretamente de Storybrooke e Mulan diz a Aurora que as duas foram responsáveis
pela morte de Phillip.
Decidi não ver a promo do próximo episódio
para não estragar eventuais surpresas, mas imagino que Emma e Snow estarão em
maus lençóis e terão que explicar a Mulan e Aurora que não sabem nada sobre a
morte de Phillip, além do que todas elas terão que se esconder do tal fantasma.
David provavelmente estará desesperado para ir para Fairy Tale resgatá-las, mas
sem Emma Regina não conseguirá ativar o chapéu, sem falar que ela precisa se
esconder da população. Outra coisa que fiquei confabulando é sobre o misterioso
homem do começo do episódio. Espero que ele não demore a aparecer.
Início de temporada excelente, boas cenas de ação,
drama e várias possibilidades em aberto. Sinto que essa season será fantástica.